O início do desconfinamento ao nível nacional é o primeiro passo para a “nova normalidade”. Esta fase será marcada por importantes mudanças adotadas pelos cidadãos Portugueses e no resto dos países afetados pela COVID-19. Para conhecer em detalhe a evolução dos hábitos de consumo pós-COVID, a agência de RP e consultoria MARCO preparou o ‘‘Estudo MARCO: Hábitos de Consumo Pós COVID-19’’. Foi realizado um questionário internacional entre mais de 4500 pessoas de Espanha, Itália, Portugal, México, Colômbia e Brasil. Uma das principais conclusões aponta que 76% dos cidadãos dos países em questão mudaram definitivamente os seus hábitos de consumo.

Hábitos de Consumo

O boom do e-Commerce parece ter vindo para ficar depois do confinamento. Mais de 50% dos consumidores portugueses afirma ter realizado mais compras online durante este período de crise. Esta tendência também foi relevante na América Latina (65%), na Espanha (60%) e, de forma especialmente destacada em Itália (81%).


Depois do confinamento, 32% dos portugueses afirmou que planeia fazer as suas compras de forma online com mais frequência do que antes. Contudo, esta percentagem é a mais baixa em comparação às outras regiões e países analisados: países Latino-americanos (51%), Espanha (40%) e a Itália (82%).

Consequentemente, este crescimento tem um impacto no setor retalhista. Assim sendo, a tendência será uma maior aposta nas vendas e marketing online. Haverão também consequências na adaptação do novo modelo de logística para os retalhistas.


Canais de informação

Durante o confinamento, 85% dos portugueses optou por manter-se informado através da televisão. 67% escolheu a imprensa online, e 47% assinalou o Facebook também como fonte de informação. Só depois elegeram a rádio e Whatsapp (18% cada), Imprensa offline (5%) e LinkedIn (2%).


Por outro lado, também foi possível analisar as preferências dos portugueses em termos de plataformas e opções de entretenimento durante a quarentena. Assim, 83% dos portugueses afirmou que durante este período conseguiu ver mais TV do que antes, 54% referiu poder dedicar mais tempo do que antes à Netflix, e 34% disse ter-se ocupado mais com videojogos. 15% disse ter tido mais possibilidade de ver HBO e 5% a Amazon Prime Video.


Controlo dos meios de comunicação e redes sociais

Segundo os dados do ‘Estudo MARCO: Hábitos de Consumo Pós COVID-19’, a perceção de censura e controlo dos meios de comunicação e redes sociais desde o início da crise é diferente de região para região. Assim, enquanto que em Portugal apenas 30% dos portugueses acredita que há controlo dos meios e redes sociais, em Itália e no Brasil esta percentagem já se situa nos 40% e 47%, respetivamente. Por contra, em países de língua oficial espanhola, o sentimento de que existe um controlo e censura aumenta, com o “sim” a ultrapassar mais de metade das respostas: Espanha (54%), México (59%) e Colômbia (61%).


Escolaridade em tempo de COVID

Mais de metade dos portugueses (53%) admite não concordar com o regresso às aulas presenciais para estudantes em anos letivos específicos, como é o exemplo dos alunos dos 11.º e 12.º anos de escolaridade, enquanto os restantes alunos permanecem em regime de escola virtual.

Didier Lagae, CEO e Fundador da consultora de comunicação MARCO, e Global & European PR Professional of the Year 2019, sublinha que “há um boom do e-Commerce que veio para ficar. Os hábitos de consumo estão a sofrer uma transformação que será duradoura, as pessoas consomem informação através de diversos canais e, é interessante vermos como a perceção de controlo e censura por parte do Estado aos meios e redes sociais varia entre as regiões que analisámos. Nota-se também um desacordo por parte dos portugueses com as medidas em torno do regresso às aulas presenciais.”

Last modified: 3 Junho, 2020

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